Nacimento
26-4-1914
Falecimento
13-2-1992
Beatificação
22-4-2011
Canonização
13-9-2019
Dulce Pontes, também conhecida como São Dulce dos Pobres (26 de maio de 1914 - 13 de março de 1992) foi uma Irmã Franciscana católica brasileira que foi a fundadora da Obras Sociais Irmã Dulce, também conhecida como Fundação de Obras Caritativas da Irmã Dulce.
Em 1949, ela começou a cuidar dos mais pobres dos pobres no estaleiro de galinhas do convento em Salvador, Bahia. Hoje, mais de 3.000 pessoas chegam todos os dias neste mesmo local (onde o Hospital Santo Antônio está agora) para receber tratamento médico gratuito. Ela também estabeleceu a CESA, uma escola para os pobres em Simões Filho, uma das cidades mais empobrecidas do estado da Bahia.
No momento da sua morte em 1992, Pontes ...
Historia
Dulce Pontes, também conhecida como São Dulce dos Pobres (26 de maio de 1914 - 13 de março de 1992) foi uma Irmã Franciscana católica brasileira que foi a fundadora da Obras Sociais Irmã Dulce, também conhecida como Fundação de Obras Caritativas da Irmã Dulce.
Em 1949, ela começou a cuidar dos mais pobres dos pobres no estaleiro de galinhas do convento em Salvador, Bahia. Hoje, mais de 3.000 pessoas chegam todos os dias neste mesmo local (onde o Hospital Santo Antônio está agora) para receber tratamento médico gratuito. Ela também estabeleceu a CESA, uma escola para os pobres em Simões Filho, uma das cidades mais empobrecidas do estado da Bahia.
No momento da sua morte em 1992, Pontes havia sido nomeada para o Prêmio Nobel da Paz, ela havia recebido duas audiências pessoais com o Papa João Paulo II, e ela tinha, quase sozinho, criado uma das maiores e mais respeitadas organizações filantrópicas do Brasil. Ela foi nomeada a mulher mais admirada na história do Brasil pelo jornal O Estado de S. Paulo e a pessoa religiosa mais influente no Brasil durante o século XX, pela revista ISTOÉ.
Em 2011, ela foi beatificada com aprovação papal pelo cardeal Geraldo Majella Agnelo, o primeiro passo para a santidade. Em maio de 2019, o Papa Francisco, durante uma audiência dada à Congregação para as Causas do Prefeito dos Santos Giovanni Angelo Becciu, reconheceu o segundo milagre necessário para canonizá-la oficialmente como santa. Ela foi formalmente canonizada em 13 de outubro de 2019, tornando-a a primeira santa brasileira.
Nascida em Salvador, Bahia, a segunda filha de Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza, como Maria Rita de Souza Pontes, entrou na vida religiosa quando tinha 18 anos. Quando ela tinha treze anos, sua tia a levou em uma viagem para a área pobre da cidade. A visão da miséria e da pobreza que ela encontrou lá fez uma profunda impressão sobre a menina, que veio de um fundo de classe média superior.
Ela começou a cuidar dos sem-abrigo e mendigos em seu bairro, dando-lhes cortes de cabelo livres e tratando suas feridas. Naquela época, ela já tinha mostrado interesse em seguir a vida religiosa. Seu pai, no entanto, não gostou da ideia e insistiu que ela se tornasse uma professora.
Formou-se no liceu aos 18 anos. Ela, então, pediu ao seu pai que lhe permitisse seguir o seu chamado religioso. Ele concordou e ela se juntou à Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmelo, em Sergipe. Um ano depois, recebeu o hábito religioso dessa Congregação e recebeu o nome Dulce, em memória de sua mãe (que tinha morrido quando tinha 6 anos).
No mesmo ano, fundou a "União do Trabalhador do São Francisco", o primeiro movimento do trabalhador cristão na Bahia. Um ano depois, ela começou o trabalho de bem-estar nas comunidades pobres de Alagados e Itapagipe. Foi então que eles começaram a chamá-la de "Anjo de Alagados". Em 1937, ela transformou a União do Trabalhador no Centro de Trabalho da Bahia.
Determinado a abrigar pessoas doentes que vieram até ela para ajudar, em 1939 Pontes começou a abrigar-los em casas abandonadas no distrito de Ilha dos Ratos de Salvador. Então ela iria em busca de comida, medicina e cuidados médicos. Mais tarde, quando ela e seus pacientes foram despejados do bairro, ela começou a alocá-los em um antigo mercado de peixes, mas a Prefeitura negou-lhe o uso do espaço e disse-lhe para sair.
Enfrentando um grande problema e já cuidando de mais de 70 pessoas, ela se virou para a Madre Superiora de seu convento e pediu permissão para usar o estaleiro de frango do convento como um albergue improvisado. O Superior relutantemente concordou, desde que Pontes pudesse cuidar das galinhas (que ela fez, alimentando-as aos seus pacientes). Esse albergue improvisado deu origem ao Hospital Santo Antonio, o centro de um complexo médico, social e educacional que continua a abrir portas para os pobres da Bahia e em todo o Brasil.
Lá, em 1960, foi inaugurado o Hospital Santo Antônio, composto por 150 camas. Em 26 de maio de 1959, nasceu a Fundação de Obras Caritativas da Irmã Dulce, resultado da determinação de uma irmã religiosa que estava incansável na sua presença aos doentes e aos mendigos que viviam nas ruas de Salvador.
O trabalho de Pontes impressionou o presidente do Brasil, José Sarney, que em 1988 a nomeou para o Prêmio Nobel da Paz, com o apoio da Rainha Silvia da Suécia.
A organização que fundou, conhecida pela sigla em português como OSID (Obras Sociais Irmã Dulce), é uma das organizações filantrópicas mais conhecidas e respeitadas do Brasil.
A Fundação de Obras Caritativas da Irmã Dulce é uma instituição de caridade privada fretada sob a lei brasileira. É credenciado a nível federal, estadual e municipal e registrado pelo Conselho Nacional de Bem-Estar e pelo Ministério Federal da Educação.
A OSID fornece serviços de saúde, bem-estar e educação, com um forte compromisso com a educação médica e a pesquisa.
O Hospital Santo Antônio é o maior hospital totalmente gratuito do Brasil, segundo o Ministério Federal da Saúde. Tem mais de 1.000 camas e recebe mais de 3.000 pacientes todos os dias.
A OSID também estabeleceu a CESA (Centro Educacional Santo Antônio), uma escola para os pobres em Simões Filho, uma das cidades mais empobrecidas da Área Metropolitana de Salvador e do Estado da Bahia. Lá, o OSID oferece programas educacionais gratuitos para cerca de 800 crianças e jovens que variam entre 6 e 19 anos de idade.
A CESA oferece educação básica de acordo com as diretrizes do Ministério Federal da Educação. Além disso, a CESA desenvolveu um programa complementar de atividades educacionais, físicas e de desenvolvimento profissional para ajudar os alunos a aprender mais eficazmente e enriquecer suas vidas.
Também opera uma padaria comercial e um centro de produção ortopédico, com pessoal de trabalhadores profissionais, que produzem e vendem seus produtos em muitas regiões do Brasil e internacionalmente, seguindo a ideia de autossustentabilidade que faz parte do conceito de trabalho criado pela Pontes.
Durante os últimos 30 anos de sua vida, os pulmões de Pontes foram altamente prejudicados e ela teve apenas 30% de capacidade respiratória. Em 1990, seus problemas respiratórios começaram a piorar e ela foi hospitalizada. Foi na sua cama doente que recebeu a visita do Papa João Paulo II (que conheceu pela primeira vez, em 1980).
Depois de ser internada por 16 meses, Pontes morreu em 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento de Santo Antônio, e foi enterrada na Basílica de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Em 26 de maio de 2000, seu corpo foi transferido para a Capela do Convento Santo Antônio.
Em 9 de junho de 2010, Pontes foi finalmente enterrada na igreja Imaculada Conceição da Madre de Deus, em Salvador, Bahia. Descobriu-se que seu corpo era naturalmente incorrupto e até mesmo suas roupas ainda foram preservadas 18 anos após sua morte.
Pontes recebeu o título de Servo de Deus sob o Papa João Paulo II com o início da causa para sua beatificação em janeiro de 2000 sob o arcebispo de Salvador da Bahia e primata do Brasil, Geraldo Majella Agnelo. que examinou suas virtudes, a fama da santidade e a determinação incansável de uma vida dedicada aos necessitados.
Em junho de 2001 o processo continuou na Congregação para as Causas dos Santos. Em junho de 2003 a Congregação recebeu o positio. Ao mesmo tempo, o Vaticano reconheceu formalmente um milagre realizado pela intercessão de Pontes.
Em 10 de maio de 2007, em um encontro com o Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil, o governador de São Paulo e o ex-candidato presidencial José Serra disseram que enviaria uma carta ao Vaticano em favor da beatificação de Pontes.
Em 20 de janeiro de 2009, a Congregação para as Causas dos Santos recomendou unanimemente ao Papa Bento XVI que proclamasse a virtude heróica de Pontes. O Papa Bento XVI aprovou e em 3 de abril de 2009 lhe concedeu o título Venerável. O corpo de Pontes foi exumado e examinado em 9 de julho de 2010 como parte do processo de beatificação, e foi encontrado ainda incorrupto.
Em 27 de outubro de 2010, o Arcebispo de Salvador anunciou que a Congregação para as Causas dos Santos havia reconhecido um milagre atribuído à sua intersessão, abrindo caminho para que ela fosse beatificada. O papa aprovou oficialmente em 10 de dezembro de 2010. Pontes foi beatificado em uma missa em 22 de maio de 2011, em Salvador, Bahia. A Missa foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e o Primaz do Brasil, o Cardeal Geraldo Majella Agnelo, que realizou a beatificação por mandato do Papa Bento XVI; o serviço contou com cerca de 70.000 pessoas. A presidente Dilma Rousseff e governador Jaques Wagner também participaram.
Em 13 de maio de 2019, o prefeito Angelo Becciu aprovou um milagre necessário para torná-la santa. O decreto reconhecendo o segundo milagre foi então assinado pelo Papa Francisco, assegurando assim que Pontes seria canonizada. Foi anunciado em 1 de julho de 2019 que Pontes seria canonizado com outros quatro em 13 de outubro de 2019. fazendo dela a primeira santa brasileira.
Irmã Dulce
Dulce Lopes Pontes
O Bom Anjo da Bahaia
Gaetano Passarelli
100 paginas
Originalmente publicado: Irmã Dulce : l'angelo buono della Bahia. Roma : Città nuova, c2002.nnInclui referências bibliográficas (p. 269-271).
Gaetano Passarelli
100 paginas
Originalmente publicado: Irmã Dulce : l'angelo buono della Bahia. Roma : Città nuova, c2002.nnInclui referências bibliográficas (p. 269-271).
Frase
Maria Rita Lopes rogai por nós